O Médico e o Mostro é um clássico de renome indiscutível. A obra menos pretensa e mais famosa de Robert Louis Steverson veio a ele na forma de um sonho, foi escrita em 6 dias e teve duas versões ( a primeira delas queimada pelo autor, após duras críticas de sua esposa). Ele nem imaginava que esse seria o trabalho de sua vida, a obra pelo qual, já no séc. XXI , ainda seria comentado e discutido.
A Amazon tem disponibilizado já a um tempo, gratuitamente a edição do e-book traduzida por Ana Julia Perrotti-Garcia, um e-book com uma capa muito bonita, uma introdução interessante ( como poucas o são) e aparentemente bem editada. Eu aproveitei então a oportunidade para conhecer esse livro que é tão falado.
Infelizmente não é possível fugir de "spoilers" de um livro tão famoso como esse, então não tem como dizer que esse foi um livro surpreendente, mas seria com certeza se eu não o conhecesse.
A proposta do livro é falar dos experimentos de um certo Dr Jekyll, que decidiu ser a própria cobaia de seus estudo. O livro é narrado por seu advogado e amigo íntimo Mr Utterson, que após receber um estranho testamento de seu amigo começa a suspeitar de sua sanidade e temer por sua segurança, ao mesmo tempo surge Mr Hyde, um homem com uma aparecia repugnante e que causava em todos um medo inexplicável, a quem Jekyll insiste proteger.
Como compreender que o agradável e o repugnante possam coexistir em um único ser? De certa forma o livro fala sobre a nossa eterna luta interna entre o que queremos e o que devemos fazer, entre a nossa personalidade reprimida e aquela que apresentamos todos os dias.
" Meus dois lados eram totalmente sinceros; eu não era mais eu mesmo quando abandonava a contenção e mergulhava na vergonha do que quando eu trabalhava, à luz do dia, para a promoção do conhecimento ou para o alívio da dor e do sofrimento. "
" Das duas naturezas que duelavam no campo de minha consciência, mesmo se pudesse pender corretamente para uma delas, isso ocorreria porque eu era radicalmente ambas."
( Steverson, R. O médico e o monstro)
Após ter descoberto como separar completamente as duas personalidades de seu eu, Jenkyll logo percebe que é muito mais fácil permanecer em sua metade obscura, que ela surge agora sozinha e de maneira inevitável. Penso que isso não aconteça porque o mal é mais forte ou porque é mais fácil ser aquilo que queremos ser, mas sim por essa personalidade ter sido tão duramente reprimida, que cresceu em silencio até o momento em que já não podia mais ser contida.
Mesmo se tratando de um romance do séc. XIX, tudo o que vive Jenkyll é muito contemporâneo, essa busca por aceitação e por autoconhecimento, que muitas vezes ainda leva a atos quase tão desesperados e irresponsáveis quanto os do médico criado por Steverson. O livro é bem curtinho, e a forma como o livro evolui faz com que seja quase impossível parar de ler.
O livro pode ser comprado ( até o momento por 0,00 ) no site da Amazon clicando aqui.
Oi Bibbi
ResponderExcluirConcordo contigo. O livro tem uma temática que sempre será atual, essa dualidade das pessoas, o certo e o errado.
Adorei o livro, foi a primeira opinião que postei no blog, minha estréia. Hahaha Ótima resenha. ;)
Beijos
perfectpick001.blogspot.com.br
Fui lá conferir sua postagem!!!
ExcluirInfelizmente não podemos ser de todo bons e felizmente nunca seremos de todo maus, acho que essa é a questão.
Obrigada pela visita.
Bjss