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26 de dez. de 2015

Teoria da conspiração, mensagens subliminares e muita tensão - A síndrome E.

A  SINDROME E  é um livro francês, de autoria de Franck Thilliez, que narra a investigação de crimes interligados, que tem como único elo, um bizarro filme, gravado por um diretor desconhecido na década de 1950.

O livro acompanha as investigações realizadas pelo comissário Franck Sharko, um homem atormentado pelo passado, permanentemente acompanhado por alucinações, frutos de uma esquizofrenia paranoica, desenvolvida após um trágico acontecimento, e pela tenente Lucie Henebelle, mãe solteira, obcecada pelo serviço como policial.

A busca alucinada pela verdade,  as cenas bizarras que se passaram diante das câmeras em 1955, o misto de acontecimentos reais e teoria da conspiração, fizeram desse um dos melhores suspenses policiais que li nos últimos tempos.

A síndrome que da nome ao livro, trata de uma possível doença, que sozinha seria capaz de contaminar massas com uma raiva incontrolável, responsável por causar uma violenta histeria coletiva, partindo de um único paciente zero, é extremamente interessante, foi apresentada de uma forma tão sóbria, que foi impossível não ficar impressionada.

Os segredos por traz do tão malfadado filme são o foco principal do livro, embora a sinopse nos direcione para os  crimes violentos e para a cegueira inexplicável causada pelo filme. O caso de cegueira, provocado logo no início do livro pelo curta metragem é quase insignificante perto do resto da trama, os crimes, embora sejam parte importante da trama, não são o foco, que  está  em compreender o que realmente  se passou e 1955. A descrição das cenas do repulsivo curta, é tão bem feita, que tive a sensação de estar realmente assistindo-o, o que foi bastante perturbador.

O autor mostra ter um grande domínio de história, politica e até mesmo ciência, o livro é cheio de referencias a fotos reais, que dão ainda mais credibilidade a trama. Acho que a mais interessante dessas referencias trata dos Órfãos de Duplessis, um caso de crueldade, e uma macula na história canadense, que eu até então desconhecia.

Outro ponto forte, são as refecerias a grandes mestres do cinema como Hitchcock, e as técnicas de gravações utilizadas antes das Câmeras digitais e dos efeitos computacionais. Aliás referencia essas que eu não teria aproveitado tanto se , ainda na semana passada, não tivesse tido o meu primeiro contato com o filme Psicose, que me desencadeou uma leve obsessão por filmes antigos.

Um livro que fala sobre o abuso de poder, sobre a impotência das pessoas perante grandes organizações e instituições e também sobre os estragos irreversíveis que podem ser causados a mente humana, sobre como esses estragos podem causar um reação em cadeia, de destruição e degradação.
Eu fiquei bastante surpresa com o desfecho assim com  com a obra de uma maneira geral, se você gostar de livros policiais, de um bom suspense e estiver procurando um livro diferente, esse é O livro.Mas cuidado para não acabar paranoico, esse livro tem tudo para fazer com que um inocente filme no final de semana, não parece mais tão inocente assim!!!

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