Translate

16 de dez. de 2015

Silo - Uma distopia sobre a essência humana.

E se tudo o que você conhecesse do mundo se resumisse aos muitos andares de um único silo? E se para todas as pessoas a vida lá fora fosse impossível, e o universo se resumisse a convivência eterna com pessoas de uma unica cidade subterrânea?

Essa é a proposta do livro Silo, uma distopia muito bem escrita, com uma trama bem legal, na qual o desenrolar da história e as apresentações do universo criado pelo autor são misturados em uma dosagem perfeita.

Um Silo, na concepção atual, é um grande deposito para grão, utilizado para mante-los em boas condições até o momento da utilização/ venda.

O livro acompanha a vida de alguns moradores desse Silo, que é um entre muitos em uma conspiração mundial para criar uma sicidade perfeita. Conspiração essa que envolveu o confinamento de milhares de pessoas e a destruição da vida na terra.

Eu vi muitas críticas negativas com relação a escrita do autor, mas eu realmente gostei , achei a leitura tranquila. Eu fiquei bastante surpresa com o fato de o livro ter 500 páginas,mas elas passaram tão rápido que quase nem notei. A edição da Intrinsica é bonita, com letras grandes, um bom espaçamento e folhas amareladas, o que ajudou a tornar a leitura agradável.

A personagem principal tem uma personalidade marcante, e desperta bastante empatia, enquanto os vilões na verdade são pessoas com uma visão de princípios distorcida e que não se imagina como um vilão, mas sim como um salvador da vida no silo.

Uma das minhas passagens favoritas é quando um dos personagens tenta explicar a metáfora do Silo:
" — Essas construções — apontou ele para o que pareciam latas brancas apoiadas no solo — são os silos. Guardam as sementes para períodos difíceis. Até quando o tempo ficar bom de novo. Solo olhou para Juliette. Estavam a menos de um metro de distância, e ela podia ver as rugas ao redor dos olhos dele, podia ver o quanto a barba escondia sua idade.
— Não estou entendendo bem o que você está tentando dizer — falou ela.
Solo apontou para a mulher e depois para o próprio peito.
— Nós somos as sementes — disse ele. — Isto é um silo. — Eles nos botaram aqui para os períodos difíceis.
— Quem? Quem nos botou aqui? Que períodos difíceis?
Ele deu de ombros. 
— Mas não vai funcionar. — Solo sacudiu a cabeça, depois sentou no chão e olhou para as fotos naquele livro enorme. — Não é possível guardar sementes por tanto tempo. Não no escuro, assim. Não mesmo.
Ele ergueu o olhar e mordeu o lábio. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
— Sementes não enlouquecem — continuou. — Não. Elas têm dias ruins e muitos diasbons, mas isso não importa. Se ficam presas e nunca são usadas... por maior que seja aquantidade que você enterre, acontece o que acontece com sementes que ficam guardadas pormuito tempo... " ( Silo. H. Howet. P. 306). 

5 comentários:

  1. Bah, já queria ler esse livro antes, agora quero mais ainda :D

    ResponderExcluir
  2. Olá, Bibbi!

    Gostei da premissa do livro, pois adoro distopias. Contudo, as distopias que li são mais antigas, como as de George Orwell, tô procurando uma distopia mais contemporânea para ler e essa "Silo" me atraiu bastante. :)

    Leituras & Gatices

    ResponderExcluir
  3. Olá Hel
    O livro é bem bacana, seria cruel comparar com 1984 ou Admirável Mundo Novo por exemplo, ainda não achei nenhuma distopia, na literatura atual, capaz de se igualar. Mas é um livro muito instigante, uma pena que o foco esteja mais nos personagens do que na própria constituição da sociedade distopica ( mas essa uma promessa para o segundo volume,o que me deixa esperançosa 😉)

    ResponderExcluir
  4. Sim, comparar qualquer livro atual com Admirável Mundo Novo é covardia! Hahaha. E é realmente uma pena, mas percebo que as distopias atuais focam muito nos personagens como indivíduos e deixam a sociedade como um todo meio de lado. Só que também não sou tão fã de distopias assim para falar com propriedade... X)

    ResponderExcluir